domingo, 9 de agosto de 2015

Ao futuro

Meu amor, você ainda não existe. Ou melhor, você me acompanha no plano espiritual e espero que tenha tanta ansiedade de me encontrar como eu tenho. Eu não consigo, filhx, pensar em você uma vez sequer sem que eu me emocione. Ainda não há nem semente, mas sua mãe promete escolher um cara muito legal para me ajudar a preparar o coração para a sua chegada. Hoje, em 2015, eu não conquistei muita coisa, mas a sua mãe é uma sonhadora. Eu sonho com nosso futuro, com a nossa casa, com a nossa rotina, com seu sorriso. Eu sou espírita, filhx, mas você pode ser o que quiser. Só te peço que acredite em Deus e tenha fé no próximo. Eu só quero que você seja amorosx e sorridente! E que você e Gabi, sua irmã de quatro patas, sejam amigas. Eu estudo muito, meu tesouro, para que você tenha pais de qualidade. Eu oro muito a Jesus e tento fazer um mundo melhor para quando você decidir chegar. Tem muita gente que te espera, sabia? Eu já disse que não estou preparada, mas acho que ninguém se prepara para isso, né? Será que um dia você vai ler isso, amor? Será que um dia vou conseguir ser pra você o que eu quero ser? Eu sei que você já me olha, mas a sua mãe, que há muito já foi designada - acredito muito nisso -, ainda não te conhece, apesar de te sentir mais perto do que distante. Se eu imaginar o teste dando positivo, eu choro, se eu pensar na emoção do seu futuro pai, eu choro, se eu pensar no nosso parto, eu choro. Eu tenho um sol de alegria preso, enclausurado dentro de mim, esperando explodir quando você chegar. E eu vou ser a melhor mãe do mundo! Tudo por você! Não tenha medo do mundo, filhx, ele é torto e estranho, é inseguro, mas somos a esperança dos que crêem, pois teremos fé. Você vai ser a minha fé no mundo e eu vou te amar mais do que te amo agora. Tenha o seu tempo, eu espero, mas não se distancie de mim. Eu te quero, filhx. Da sua futura mãe, Isadora.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Derrame emocional

Não há nada mais para ser dito. Meu lápis é meu divã, eu escrevo para sobreviver. O que fazer quando sua boca não consegue traduzir o que seu coração sente? O que fazer quando se esgota sua fala, seu dicionário pessoal? É preciso transbordar.
Eu nem sempre tenho certeza do que preciso falar, mas eu sei que preciso falar. É a mesma certeza que carrego comigo sobre o que eu não gosto, e é a mesma que me falta sobre o que eu posso vir a gostar. 
Eu não quero ser uma ligação negada, muito menos caixa postal. Não quero ser recado ignorado, passado chato, memória esquecida. Eu quero ser saudade, eu quero ser cuidado, sabe? Eu quero falar na mesma língua, não quero precisar de tradução. Eu quero me comunicar com os olhos, transfigurar o tempo, teletransportar tristeza, comover, voltar atrás.
O que ganha alguém que desiste? A incapacidade de sentir na pele o que seria. Quem desiste sequer tem a honra de espiar pela fresta do futuro. Quem desiste tem tudo negado, quem desiste não morre na praia... Simplesmente nem chega a pisar na areia.
Mas colocar em prática todo o ensinamento evolutivo espiritual do perdão, da paciência, nos faz questionar nossa carne fraca, acreditar nas quedas, perder o senso de esperança no destino. Faz a gente duvidar. O quão difícil é persistir com o desistente? O quão difícil é olhar nos olhos do orgulhoso? Dar a mão a quem vai embora? Ficar com quem se quer, às vezes É o barato que sai caro! 
Permaneça do lado de quem não te dá trabalho, de quem não te faz querer desistir o tempo todo !
Não insista no que te faz recuar. É, provavelmente, o caminho mais certo a seguir.





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