quinta-feira, 30 de junho de 2011

Back to inside


Eu me lembro bem...
Aos 13, eu morria de vontade de fazer 15. Queria fazer 15 pelo baile, pelo vestido, pelas fotos que tiraria, pelos amigos que reuniria. Queria fazer 15 pela responsabilidade de debutar, pela sensação física de dar o primeiro passo para me tornar uma mulher. Para, apenas, dizer que tinha 15 e não 14, o que, na época, fazia uma diferença enorme.

Ao fazer 15, percebi que nada mudou. Eu ainda era a mesma, com os mesmos pensamentos, as mesmas roupas, o mesmo cabelo, as mesmas amigas, as mesmas ideias, os mesmos preconceitos. Nã havia crescido nada. Queria, mesmo, era fazer 18. Queria fazer 18 para ser maior de idade, para mandar em mim, para fazer vestibular, auto-escola, sair para noitadas, dizer que já era mulher. Para, apenas, dizer que tinha 18.

Aos 18, nada mudou. Não mandava em mim, não sabia se a minha escolha para o vestibular havia sido a certa, a auto-escola era um porre, dirigir era tão fácil, as noitadas eram quase as mesmas, só mudou o fato de poder mostrar a minha identidade sem nervoso, pois já não era mais falsa. Eu não virei mulher.

Aí eu desencanei. Aos 20, o peso da segunda dezena de vida me pegou em cheio. Pensei "o tempo tá passando". Não havia cara certo, vida certa, nada de mulher, a minha menina sempre me rondava. Novos medos substituíram os antigos, novas inseguranças substituíram as velhas e tudo ficou deveras difícil.

Matriculada em dois cursos, larguei um. Foi a minha primeira escolha. Mergulhada em um relacionamento infeliz, resolvi emergir. Segunda escolha. Permiti-me uma nova amiga. Terceira escolha. Separei vidro de diamante, quarta escolha. A quinta escolha foi parar de escolher.

Hoje, aos 21, quase achei que fazer aniversário não teria mais graça, afinal... Qual a graça de envelhecer? Quando parei de escolher, minhas escolhas me fizeram. Fazer 22, 23, ainda não tem cara de envelhecer. Mas eu sinto que envelheço quando não quero mais ser amiga de todos. Sinto que envelheço quando vejo tranquilidade em um relacionamento e não loucuras inconsequentes. Sinto que envelheço quando tenho minha série de TV preferida. Sinto que envelheço quando paro para assistir o jornal, jovens não se interessam pelo que se passa no mundo. Sinto que envelheço, pois estou sabendo cuidar de mim.

Envelhecer, pra mim, é isso. Saber que "suas" escolhas não são feitas por você. Você interfere na parcela que cria a circunstância, mas o que está por vir está totalmente fora do seu controle. Jovens se incomodam com isso. Quem envelhece, não. Quem envelhece sabe que esse é o grande barato da vida.

Aos 21, eu morro de vontade de ter a vida inteira.



meu ano de estréia

terça-feira, 21 de junho de 2011

Sonjuaum!

Leitores, break para períodos juninos!
Voltamos com a nossa programação normal em breve!

Catch a fire!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

até parece...

Até parece que um dia a gente cresce
Até parece que amadurece
Até parece que um dia a gente chora
Até parece que água evapora
Até parece que ri não dói
Até parece que tartaruga é veloz
Até parece que eu te amo
Até parece que eu não me engano.

isadoramazzoni

domingo, 19 de junho de 2011

pode ser?

fala sério comigo, não me trata a migué. vem de frente, me encara, sacode meu corpo e me dá um veredito. não dá pra ficar sempre no riso, no disse-me-disse, passando recados por aí. liga pra mim, enfrenta minha voz, suas lembranças, enfrenta o algoz! ultrapassa esse obstáculo, me assume de fato e não tem pena de mim. eu só quero um olhar, quero a obrigação da desavença, quero a sentença, a melhor que você puder dar. e aí depois você se vira, decide se fica ou se vai retornar...

isadora mazzoni

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Sol da meia-noite

"O olhar de uma mulher faz pouco até de Deus, mas não engana outra mulher." Chico Buarque.

Chico, Chico... Obrigada por descrever tão bem a raça.
Você, mulher, que já teve a felicidade de encontrar alguém, sabe o que representa o olhar de outra mulher.

Sabe que mulher, quando quer, é pior do que mulher.
Sabe, também, que homem, até sem querer, não sabe o que quer aquela mulher. E ela se aproxima.

Sempre ouvi que o macho alfa comanda a conquista. Que sente o feromônio, escolhe a fêmea a dedo, revista seu corpo, aprova sua estrutura corporal, decide que ali cabe uma cria e copula. Ledo engano.

Nós, mulheres, posicionamos nosso corpo de modo que te ofereça desejos. Nós, mulieribus, soltamos hormônios pelo olhar. Te fisgamos feito zoom, já diria o mestre, também. E não nos importamos que pensem que só estávamos ali na vitrine.

Nós, blush e rímel, somos brisa de amor.

A gente gosta de ser vista. E a gente sabe quando é vista. E a gente muda quando é vista. E vira vista permanente de quem quiser.

E como isso serve para toda raça, há outras mulheres por aí que querem ser o sol da meia-noite. Há, do seu lado, um perfume amadeirado querendo sua mão nas costas, sua segurança enlaçando sua cintura, sua companhia para o cinema.

Portanto, homens, confiem em suas mulheres. Se nós inflamos nosso pavão para outra fêmea, não nos desautorize. Em briga de território, é sempre bom se afastar.

E vocês, mulheres. Cuidem dos seus. Cuido do meu. Cuidaremos dos nossos.




terça-feira, 14 de junho de 2011

Hora "M"

Recebi a dura missão de falar sobre atitudes masculinas na hora H, que bem que poderia ser hora M, já que as mulheres estão em alta no quesito iniciativa. Por falar em dura... Cuecas, meus queridos, não vale chamar a gatinha para um lelê se o que houver dentro do paninho não estiver fazendo “buiaco na paiede”. Sim, somos românticas, carinhosas e, quase sempre, compreensivas. Mas ninguém, eu disse NINGUÉM, tolera um pinto meia bomba. Me perdoem os puritanos, mas não dá para falar com educação em uma situação tão irritante.

É o mesmo que vocês, homens, encontrarem uma mulher com frescurinha de não-me-toque. A frustração é a mesma! E, please, não peçam para nós darmos uma “ajudinha” colocando aquela bexiga murcha em nossa responsabilidade para ressurreição. Não sei de onde vocês tiraram que talvez seja uma boa idéia, que nos sentiremos o máximo em levantar o defunto. Não, não gostamos disso, anotou? A gente gosta de comprar pronto, sabe como é, né?
Tirando questões biológicas, a grande maioria das mulheres da atualidade não curte pêlos. E quando a gente dá aquela indireta para vocês rasparem a área de recreação, favor fazer o serviço bem feito. Nascem pêlos nas balls, sabiam? Sabiam, né? Vocês gostam de carinho ali, não gostam? POIS ENTÃO! A gente gosta de vocês limpinhos, cheirosos, sem fio dental natural enganchando no nosso dente escovadinho.

Pulando essa parte de assepsia e desempenho,  vamos às atitudes! Não tem para onde correr! Concordo com vocês e receio dizer que isso nunca vai mudar: As mulheres querem tudo ao mesmo tempo e não querem nada! A gente não quer que vocês cheguem sempre arrancando as roupas, jogando a gente que nem boneco de Olinda na cama, tocando o terror! Mas se essa cena nunca rolar (seria perfeito se fosse esporadicamente), a gente também vai odiar! Portanto, vista sua roupa de sapo e dê seus pulos para sacar o momento e a ocasião certa para ser um danadinho com a gente! Vale uma mão boba no cinema, um sussurro libidinoso na fila do banco, uma mensagem apimentada no meio da aula mais chata do mundo. Gostamos de sustinhos eróticos, de verdade, pelo menos as mulheres de verdade. 1 minuto de silêncio.

Bom, a velha regra da lingerie nunca será deletada por nós, mulheres, e continuará sendo esquecida por vocês, cabeças de vento lindinhos da mamãe. Se vocês sabem que a gente sabe que hoje a noite, para dar certo, vai ter que dar “merda” (no bom sentido, claro), pode apostar que escolhemos a nossa underwear a dedo! Portanto, você será um otário, e a gente repara nisso, caso puxe as roupas com a calcinha, soutien, todos embolados em uma só leva. É o mesmo que matar a gente! Quando fizerem isso, pode notar que, depois do chequerê, a menina vai vestir alguma das peças, ou apenas uma, para “desfilar” para você enquanto vai ao banheiro, se olha no espelho bem na sua frente ou senta na posição de cacique para conversar na cama, exibindo, “sem querer”, o que ela queria que você tivesse visto. Isso também vale para quando vocês nos pegam desprevenidas, mas ao contrário! Se você tiver a sorte de nos convencer a fazer uma rapidinha inesquecível, aí sim, embole tudo e jogue de lado! A gente não quer que você repare que quando não estamos preparadas, a linda calcinha de renda preta com detalhes de strass perde lugar para a molinha de algodão bege, sem costura!

Ah! O “você é linda” é o clichê mais pedido e, acredite, a gente adora! Quando a gente fizer um charminho, disser que você pirou na batatinha, é o sinal clássico de que adoramos ouvir aquilo. Então, capriche nos elogios. Nós já somos inseguras de natureza e, no primeiro encontro, só rola a trilha Take my breath away... no radinho do nosso coração.

Viram como é difícil agradar uma mulher? Porra nenhuma! Não há tantos segredos, o que há, na verdade, é dedicação! Nós somos trabalhosas, eu sei, mas diga aí se não vale à pena? Claro que há exceções! Não são todas que merecem esse tutorial, mas quando você achar A mulher, faça isso. Pense mais, seja cauteloso, preste atenção em tudo. Não chegue na primeira vez chamando a mulher de cachorrona, potranca, muito menos fique só no beijinho ejaculação-precoce que faz a gente achar você uma perda de tempo. 

Gostamos de sexo tanto quanto vocês, por mais que algumas não admitam. Mas o nosso sexo é com jeitinho. Estude sua parceira, deixe de preguiça! Se você souber domar sua lagarta, um belo dia sairá do casulo uma borboleta muito da safadjénha e aí é só sentar e aproveitar sua cria. Tá ok que essa comparação foi mequetrefe, mas eu sei que vocês entenderam!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Coisificando sentimentos

Vez ou outra vai acontecer de você querer muito uma coisa e a coisa não estar preparada para você. Aí você pensa o quanto você é apressado.

Se a coisa soube, você pensa que falou demais. Se a coisa não soube, você pensa que perdeu a chance. Se a coisa soube e nada disse, você se arrepende. Se a coisa soube e disse o que você não queria que ela dissesse, você se arrepende.

É só pensar um pouco para descobrir que as coisas podem até não estar preparadas para você, mas que isso não significa que você errou, que você se precipitou. É possível que o momento não seja esse para a coisa, mas se for pra você, então é o momento. Se a coisa quiser ir com você, que bom. Se a coisa não quiser, não insista. Assim como você tem seu tempo, a coisa também tem o tempo dela. Mas, devo ressaltar, que se a coisa diz que você é poesia e infinito e, mesmo assim, não se encaixa no momento, então essa não é a coisa certa.

Você, enquanto outra coisa, deve procurar o seu lugar no centro do palco do sorriso bobo. Deve procurar aquele riso solto, aquela platéia que aplaude até o seu silêncio, que paga ingresso com juros, que não falta uma estréia sequer e ri de todas as suas cenas, mesmo aquelas que você já interpretou centenas de vezes.

Se a coisa que você achou nada disso fizer, não a culpe.
Se a coisa que você escolheu não fez tudo direitinho, não coloque em cima dela as suas expectativas, afinal... São as suas expectativas.
Se a coisa que você quis preferiu esperar, espere.

Agora, se você também acha que, como eu, nada disso faz sentido, que a teoria nunca conversou com a prática, que a coisa merece culpa, que a coisa fez direitinho, mas vacilou depois, coloque, sim, a culpa nela. As suas expectativas são todas oriundas do que recebeu dos outros. E, por fim, se te pedirem para esperar, não espere. Há outras coisas no mundo querendo o que você tem para dar agora, acredite.

Eu sei que você quer muito que essa coisa seja A coisa. Mas, às vezes, ela não é e você vai ter preferido assim lá na frente, confie em mim. Aliás, confie em você. Se despertou algo bom nessa coisa, despertará muito mais em tantas outras.

1,2,3... 10.




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