sábado, 3 de dezembro de 2016

1 ano, tantas mudanças.

Como pode... Mais de um ano que não passo por aqui. Mudaram tantas coisas...

Não há mais tanta segurança no futuro, mas há muita fé em Deus. Arrisco a dizer que muito mais que antes. Quando a espiritualidade age, quando tira nosso tapete, quando há um empurrão do destino, nós, tão controladores de tudo, perdemos o rumo porque não sabemos como NÃO controlar. Mas que ignorância é essa? Quando foi que começamos a acreditar que controlamos alguma coisa?

Lembro de quando eu tinha meus 19, 20 anos... Tão segura de si, mas em um relacionamento abusivo. De que adiantava? A gente acha que sabe de tudo, que é auto-suficiente, ou pior... Quando desacreditamos, pensamos que somos fantoches nas mãos de Deus, que não há motivos para ter esperança ou crença nos planos Dele, já que nunca será o que queremos. Rapaz... Não é nem um nem outro. Veja bem...

Hoje, perto de fazer 27 anos de muitas histórias, penso que somos atores e não fantoches. O fantoche dá uma ideia de inércia que me incomoda. Os atores, como em um grande palco, tem um diretor que é Deus, tem a equipe de produção, aquela que fica nos bastidores, que são nossos mentores espirituais, nossos amigos em espírito, os que rogam por nós, e temos nós. Nós recebemos um roteiro, não é mesmo? Mas temos que dar o nosso tom, a nossa voz, o nosso jeito para aquilo que foi escrito muito antes de nós. E temos o livre arbítrio de, no meio da peça, mudar o rumo, sair de cena. Então não há tanta coisa engessada assim... Não somos obrigados a cumprir aquilo, como os fantoches, mas também não sabemos de tudo como quem sabe de cor todo o texto, afinal os imprevistos estão aí.... Às vezes não há público, às vezes é casa lotada, às vezes tem queda de energia ou alguém do elenco passa mal. Entende? Alcança? É assim pra mim...

Estou em um processo de auto consciência e reforma íntima muito intenso. É como internalizar uma autoridade atenta, que não me deixa mais fazer nada sem refletir sobre aquilo. É um reality show da minha própria vida para mim mesma. Se um pensamento negativo me toma, se um egoísmo se instaura, é uma voz que diz: que feio... E é automática a reflexão. Foi assim que vim parar hoje aqui depois de tanto tempo.

Foi a reflexão que me trouxe e é ela que me mantém aqui. A reflexão de perceber que crescer dói fisicamente e mentalmente. Que buscar terapeuticamente o nosso papel no mundo e nas nossas próprias vidas é libertador, mas também desespera e nos dá de bandeja alguns dias bem difíceis para lidar. Tipo quando nossa mãe nos obriga a comer os vegetais porque, apesar de ruins, são saudáveis, importantes para o crescimento. Crescer é importante. 

Por muito tempo me neguei a crescer... E que medo era esse? O mundo é cruel ou eu que nunca me preparei para ele? Prefiro ficar com a segunda opção, porque ela me move, me empurra a andar, a me mexer. Há crueldade no mundo, eu sei, mas não pode haver crueldade em mim, no meu mundo e isso sou eu que controlo. E a primeira crueldade que eu precisei matar foi a que eu cometia contra mim mesma. 

Então hoje estou aqui para lembrar a mim mesma que dá pra viver. Dá mesmo, Isa, você vai ver lá na frente. Hoje tá nublado, tá difícil, tá mais difícil ainda em alguns dias, tá choroso, mas dizem que o processo que deixa tudo encaixado é esse... Aquele que é muito fácil também se desfaz facilmente. Então força, minha amiga de mim mesma, que a cada pedrada nosso castelo fica mais alto e no futuro será menos difícil passar pelos impasses e sustos da vida. 

Eu disse MENOS difícil...
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