terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Está decidido.

Há quatro anos me vi ingressando no curso de Psicologia. Para mim, seria um hobby. Eu entrei com a pseudo ideia disseminada em quase toda primeira turma do curso de que eu queria e iria entender melhor as pessoas e que era só isso. Recalquei meus problemas durante o primeiro ano da faculdade e segui ilesa para o terceiro semestre.

Se eu tinha traumas? Claro. Tenho. Se eu faria terapia? Jamais. 

Eu sempre fui a bengala de alguém. Desde pequena, eu era a mais solicitada, um dos motivos que me levou a psicologia e leva muita gente até hoje. E não, não é porque você é uma ótima amiga e dá ótimos conselhos que você será uma excelente psicóloga. A psicologia vai muito além disso e dar os melhores conselhos não está no nosso código de ética, muito menos no nosso juramento.

Nessa lógica, as pessoas ignoravam o fato de eu ter algum problema, de eu sofrer por algo, já que sabia lidar tão bem com os problemas delas. Qualquer um na minha posição sabe que esses são valores totalmente contraditórios e que se anulam na maioria dos casos. Culpa minha, também, claro! Fui a mulher-maravilha mesmo antes de deixar de ser criança e sustentei o máximo que pude a estrutura rochosa que me protegia de entrar em contato com o que eu sabia que me derrubaria.

Na minha cabeça, mesmo estudando para me tornar uma psicóloga, nenhum profissional estaria a altura dos meus sofrimentos. Eu tinha a forte sensação de que ninguém me entenderia ou levaria a sério o que eu diria. Morria de medo de ser mais um paciente para aquela pessoa e de passar batida pela terapia, como um arrependimento que eu poderia ter evitado por toda a minha vida. Com base nisso, resisti muito até desistir ou, melhor dizendo, tomar coragem. Mal sabia eu que esse era um dos meus sintomas.

Me lembro até hoje, era uma aula de Psicologia Analítica sobre sonhos. Estávamos ouvindo o relato do sonho de uma de nossas colegas que relatava a mesma em cima de uma pedra, no meio do mar, perdendo um de seus sapatos que ia sendo levado pela maré para muito longe. Foi a primeira cutucada do meu inconsciente. Me segurei até o fim da aula e, quando fomos liberados, fui para o banheiro chorar. Chorar muito, diga-se de passagem. Não entendia o motivo e sentia muita raiva por ter deixado meu inconsciente me boicotar dessa forma.

Dali em diante foi uma corrida para o fundo do poço. A cada semestre, uma nova ferida era aberta. Quanto mais eu avançava na faculdade, as disciplinas iam ficando cada vez mais explicativas e práticas e eu ia me despindo. Foi tudo embora: minha armadura, minha máscara, meu semblante, meu sorriso. Tudo foi tirado de mim, restando apenas a capacidade invejável que eu sempre tive de dissimular.

Ainda assim, continuei firme. Não iria procurar terapia. Era como se fosse um dentista que não sabia identificar em qual dente estava o problema! Eu estava decidida a descobrir o que havia comigo e a me "consertar" sozinha. Não é possível que eu não conseguisse, quanta frescura!

Em um momento específico da minha vida, durante o curso, aconteceu algo que foi decisivo. É como se houvesse uma torre de dominó e retirassem aquela peça que está na base e a torre se desfizesse. Como diria Maysa, meu mundo caiu. Eu aguentei firme por anos, mas já não havia forças. Me sentia muito mal tratada pela vida injusta que eu achava que tinha recebido. Não havia mais sentido em nada e eu não tinha outra saída a não ser admitir minhas fraquezas e admitir que eu não conseguiria dar mais nenhum passo sozinha. Foi aí que procurei a terapia.

No primeiro dia, eu chorei quando toquei na maçaneta da sala e só parei quando coloquei meus pés para fora dali.

O processo de terapia é extremamente doloroso para quem procura por "justa causa". Para quem sabe onde mora a raíz, o desmame, o contato, tudo é muito difícil. É ruim mesmo e tem dias que eu penso em não voltar mais. Mas tem dias que eu penso "como eu vivi tanto tempo sem isso? poderia ter sofrido menos!". Bom, na verdade não sei se poderia, mas, com certeza, entenderia mais as coisas e saberia me ajudar.


Já no primeiro dia me senti inteiramente despedaçada. Sentia que minha terapeuta me despia diante do que me incomodava, expondo minhas feridas e fazendo questão de reanimá-las para, só assim, acharmos uma solução que não fosse paliativa para elas. Era o movimento contrário ao que todos pensam ser a terapia. Entendi que ali não havia soluções prontas para os meus entraves e que a cura estava longe de ser acessível, pois já era um mal extremamente enraizado.


Hoje eu sei que enquanto paciente, preciso, de fato, de muita paciência. Aprendo a cada dia como lidar com algo que é meu. Aprendo a encher menos o saco de gato que carrego dentro de mim, como ela mesma diz, para que, no desespero, eu transborde menos e me concentre mais. Aprendi que as dores que atravancaram minha vida podem nunca ser esquecidas e podem, também, sempre interferir na minha vida. Estou lutando para que essa interferência seja esporádica e não cotidiana como vinha sendo, pois o machucado e as lembranças não somem, sou eu que mudo e aprendo a viver bem com elas na minha história.


A terapia, para mim, foi uma libertação, pois me deu coragem para enfrentar o que havia de mais obscuro e tenebroso em termos de memórias e sentimentos guardados na minha vida. Retomei muita coisa e falei de "velhos amigos" naquela sala que tudo sabe sobre mim e reconheço o preço disso.


Agora eu choro muito mais do que antes, sou extremamente verborrágica e estou, cada dia mais, conseguindo segurar menos dentro de mim o que eu penso e não admito mais fazer a política da boa vizinhança, isso é uma total perda de tempo. Agora eu chuto o pau da barraca com mais facilidade, sou muito mais sincera e gosto muito menos de gente, muito embora esteja com o faro mais aguçado para reconhecer boas pessoas e escolher quem permanece e quem sai da minha vida. Sem remorso.


É todo mundo que precisa de terapia, Isadora? Não! Não mesmo! Eu adoraria não precisar! Mas é importante julgar e ter peito para dizer que há algo na sua vida que você precisa superar, caso tenha, e pedir ajuda. É como um veneno necessário. Mas dá, sim, para viver toda uma vida sem nunca pisar em uma sala de atendimento psicológico. A minha história é minha. A sua história é sua, saiba reconhecer suas limitações.


O que para muitos pode parecer um retrocesso, para mim é um recomeço. Retomo, a partir daqui, as rédeas da minha vida e a responsabilidade pelo que me fere no caminho. Está decidido! 

  






sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Esmalte da semana!

Tenho obrigação de enfatizar que o esmalte da semana é, de longe, o meu preferido do ano! Vamos conferir??
Luz natural

Luz natural
Luz natural
Com flash




2 camadas de ROCK YOU da ELKE
1 camada de DISCO BALL da IMPALA 

Disco Ball
Rock you

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Não se atreva.

Segundo a Secretaria de Política das Mulheres, a cada 10 brasileiros, 6 conhecem alguma mulher que já foi vítima de violência doméstica. O machismo de homens que se auto-intitulam enquanto proprietários de pessoas, que se auto-denominam botão de controle da vida de alguém, que se julgam superiores, que entendem como direito deles usar a agressão como forma de punição de comportamento ou prazer, aparece como fator mais recorrente para tal atrocidade (46%).

Apesar de 91% dos homens alegarem que bater em mulher está errado em qualquer ocasião e por qualquer que seja o motivo, uma em cada cinco mulheres já foi vítima. Em 80% dos casos, o marido ou o namorado é o responsável pela agressão.

Essas agressões gratuitas configuram um problema de Saúde Pública. Há danos físicos aparentes, escoriações visíveis, mulheres cobrindo o corpo ferido, medo em constante ascensão. 

Os machucados psíquicos são os que mais demoram de sarar, as lembranças se comportam feito música arranhada, parada na mesma faixa, no mesmo trecho, o velho poema.

Uma mulher em constante agressão, a cada 5 anos, perde um de vida saudável pelos danos ocasionados. Esse fenômeno mundial não obedece nem segue classe social, etnia, faixa etária ou qualquer outra característica que segregue e separe mulheres em categorias. Esse fenômeno é um vírus que permeia qualquer lugar do planeta.

A CADA 4 MINUTOS UMA MULHER É AGREDIDA POR ALGUÉM A QUEM ELA TENHA AFETO. ESSE TEMPO DIMINUI PARA 15s AQUI NO BRASIL.

O BRASIL É O PAÍS ONDE ISSO MAIS ACONTECE.

Aqui em Salvador, os companheiros são os responsáveis pela agressão em 90% dos casos. Em Janeiro desse ano foram registrados 733 crimes contra soteropolitanas, o que, em números, significa que, mais ou menos, 22 mulheres são agredidas por dia em um prazo de 30 dias na cidade do axé.

Se você nunca foi agredida, eu arrisco a dizer que, com certeza, conhece alguém que já foi. Eu transito entre os dois grupos. Conheço e já fui vítima. Não há vergonha nisso. Quem tem que ter vergonha, com certeza, não sou eu. Nem você. Conheço a sensação de impotência, de injustiça, de medo puro, de desespero. Conheço, também, a raiva de ver alguém passar por isso, de presenciar alguém que eu amo recebendo algo diferente de carinho. 

Se de um lado as mulheres estão perdendo o medo da denúncia e encarando os fatos, do outro os agressores estão cada vez mais escrachados, menos temerosos, agarrados à certeza de que nada acontecerá a eles.

Fora do papel da psicologia que eu estudo para defender, fora do papel de amiga que se arrepende de não ter feito um pouco mais, fora do papel de futura mãe que morre de medo desse mundo. Meu papel hoje é o de mulher. De mulher que diz para a outra que tudo bem não saber quem está dentro daquela pele de cordeiro. Que pessoas violentas não tem PERIGO em letras garrafais na testa. Que coração é burro e que cabeça é vazia. 

Mas não está tudo bem se uma agressão gratuita não serve como ponto final. Não está tudo bem se flores te convencem de um futuro melhor. Não está tudo bem se uma semana de auto-controle apaga um dia de ameaça. Não está tudo bem se um tapa é esquecido por um beijo. 

Um grito, se permitir, vira um xingamento. Um xingamento, se permitir, vira um empurrão. Que vira um puxão de cabelo, um aperto no braço, um beliscão, um tapa, um soco, uma faca, um revólver, um caixão. Não chegue a esse ponto.

Goste de seu corpo, respeite seu templo, se permita ser tocada com carinho, não aceite qualquer coisa, não sucumba a qualquer situação. Se ame, se ame muito! Respeite quem você é, quem você se tornou, o que você pode vir a ser. Lembre de como é uma boa amiga, uma boa filha, uma boa mãe. Lembre de todo mundo que quer te dar um carinho e se afaste de quem quiser agressão.

Quando for difícil, quando tudo parecer impossível, quando a fraqueza dominar sua mente, procure ajuda. Procure sua família, seus amigos, a delegacia. Um suporte psicológico é a chave mestra do sustento psíquico nessas horas. Cuide mais de si, respire paz, almeje flores. 

Você deve ser mais importante para si mesmo que os outros. Sua segurança é o seu maior tesouro. Zele pelo que há de melhor em você.


E quando uma mão se levantar sobre seu rosto fale para si mesma "NÃO SE ATREVA A PERMITIR"


Por quê? Porque eu sou só amor.



DEAM – ENGENHO VELHO DE BROTAS
71 3116-7000
RUA LUIZ FILGUEIRAS, S/N, FINAL DE LINHA

Esmalte da semana!

Meninas, estou SUPER em falta com meu blog que eu amo, doida para falar sobre várias coisas do meu mundo, mas falta só essa semana para finalizar o semestre, então... ESTOU FAZENDO A SHAKIRA! LOUCA LOUCA LOUCA!

Só consigo postar o esmalte da semana, mas já já volto com os posts regulares! No momento estou assim:

Na luz do "sol"
Luz natural
Luz natural


1 camada de MABI da Hits, coleção TiTiTi (eu aconselho duas, pois o branquinho da unha ficou aparente para a louca obsessiva aqui!)
1 camada de CASSIE da Sancion Angel, da primeira coleção de flocados


Viram como ele muda de acordo com a luz? A coloração mais fiel está nas fotos com luz natural, meninas!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Esmalte da semana!

Girls! 

Atualizando o esmalte da semana, acabei de fazer!

Na luz natural

No sol
Na luz natural
1. Uma camada de AZUL HORTÊNCIA da Risqué
2. Duas camas de GROOVE CINTILANTE da Sabrina Sato

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Esmalte da semana!

Unha da semana! Amanhã é dia de unha respirando, então para ficar a lembrança...


A verdade é que eu passei a semana inteira sem a inglesinha prata, que só foi feita hoje, pois as pontinhas estavam descascando!

Esmaltes usados:

Uma camada de DOCE ORGULHO - RISQUÉ
Uma camada de PAIXÃO - PASSE NATI
Barrinha feita com EXCELLENCE - ELIANA SUPER PÉROLA

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Premonição 5



Isadoristas, juro que só vim falar desse filme, pois prometi fazê-lo sempre que assistisse algo no cinema, mas cá para nós... Filme trash do século XXI!

Eu ADORO um filme de terror com suspense, preciso confessar, e fico nervosinha quando vejo uma estréia! Corro logo para assistir!

Mas Premonição 5 se enquadra muito melhor na categoria de comédia do que na de terror-suspense. Muito embora a descaração seja minha, pois todo mundo que se preze sabe que a saga de Premonição é representada por um monte de filme com o mesmo enredo! Assiste quem quer!

Eu inventei de dar uma chance para ele, mas me arrependi. Pelo menos ri bastante! As mortes são extremamente criativas! Tem gente morrendo fazendo acupuntura, cirurgia de vista e treinando ginástica olímpica:






É a velha história de um cidadão que, assim como quem não quer nada, tem uma premonição! Sua visão indica a morte de muitas pessoas na queda de uma ponte. Uma a uma, elas não escapam do destino aterrorizador de morrer da pior forma possível. Ao acordar da visão, o rapaz se percebe em cima da ponte, com todas as pessoas que estavam na sua premonição. Desesperado, ele arrasta todo mundo para fora do local, a ponte cai e ele "salva" todo mundo. Logo depois, seus colegas vão morrendo, um a um, na mesma ordem de mortes de sua premonição. Alertado por um legista de que a morte não gosta de ser enganada, o filme se baseia na sua tentativa de salvar, novamente, seus amigos e ele, claro, não consegue.

Só para variar, sobra o garotão e a mocinha e eles ficam felizes para sempre. É justo? Que saquinho! Muito previsível para o meu gosto que, pasmem, é super simplório.

O trailer é essa maravilha aqui:


Ultimamente eu só venho postando sobre filmes, não é? Gente, eu peço mil desculpas! Sou estudante de oitavo semestre e estou no fim dele, ou seja, mil provas e trezentos trabalhos! Quando eu tenho uma folguinha, vou no cinema, mas não me sobra tempo para mais nada! Vocês entendem que eu sei! São isadoráveis!

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