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quarta-feira, 22 de maio de 2013

O amor é uma vitrine

Quando eu nasci, o amor tinha cheiro de leite e de colchão. Ele tinha uma atmosfera de cansaço, mas de muita gratidão. Ele funcionava 24 horas e parecia, realmente, ler os meus pensamentos quase sempre.

Quando eu fiz 1 ano, o amor era uma festa muito grande e exagerada, cheia de adultos, que me deu muito sono.

Quando eu fiz 2 anos, o amor queimou o meu pé. Ele era um pouco desastrado comigo, pois eu estava crescendo rápido demais e tomando minhas próprias decisões. O amor estava passando de gratidão para preocupação.

Quando eu fiz 3 anos, o amor começou a ter cara de quebra-cabeça. Na escola eu descobri que a pró também me amava um pouquinho, aí eu soube que o amor também morava fora de casa.

Aos poucos eu fui percebendo que o amor não era uma coisa só, muito menos privilégio da minha família. Quando eu fiz 7 anos e entrei em uma escola maior, eu descobri que podia fazer amigos e que nos amigos também tinha amor.

Quando eu fiz 13 anos, eu descobri os meninos e descobri, também, que às vezes a gente jura que tá amando, mas no fim, não está.

Com 15 anos, eu achei que tudo ia mudar, pois todo mundo dizia que eu viraria uma mocinha. Não mudou nada, eu só fiz 15 anos. Porém, comecei a duvidar do meu amor por mim mesma. Era muito difícil ser eu e, por isso, eu e o amor acabamos brigando.

Eu comecei a perceber que amor não era mais colchão. O amor não estava mais disponível para mim quando eu quisesse. Eu comecei a perceber que alguns amigos, uma das casas do amor, eram mentira e que, mesmo eles sendo mentira, o meu amor chegava até eles, ainda que encontrasse uma casa vazia. 

Eu fui descobrindo, muito devagar, a cada parada, que o amor, inúmeras vezes, é só uma gotinha do oceano. Que tem dia que a gente promete de pé junto: "Deus, é só ele que eu quero para toda a vida!" para um ano ou um mês depois agradecer sua partida.

Descobri também, por vezes rápido demais, que a gente também erra na dose de amor próprio. Que eu não devo nunca me amar demais, para não correr o risco de parar de evoluir, nem nunca me rogar pouco amor, para não correr o risco de estagnar na escuridão. 

Eu saquei, só por agora, que o "te amo para sempre" é uma bobagem! O amor vive no agora. Eu te amo hoje e espero te amar amanhã, mas isso depende da gente, não é? O amor é um instante tão curto que mais parece uma virada de cabeça entre uma discussão e o nunca mais.

Com 19 anos, eu descobri que amava a Psicologia de um jeito muito pessoal. Não para exercê-la (quem sabe?), mas para apreciá-la. Eu descobri que amo as pessoas de uma maneira frágil, mas eu amo. Eu amo a forma como elas são diferentes e como elas me proporcionam um entendimento cada vez mais eficaz da vida. Eu amo até quando elas me desapontam, mas só depois que a minha dor passa e eu entendo que cresci depois daquilo.

Com 21 anos, eu descobri que o amor nunca foi coisa de super-herói e que é sempre importante perdoar um segredo do passado. Aliás, eu descobri que existe muito amor no perdão quando eu descobri que tinha dificuldade em perdoar.

Eu me senti mulher pela primeira vez e vi uma brecha da necessidade que eu tinha em me amar um pouco mais. Eu estava extremamente negligente comigo mesma e tinha a ver com o amor. Eu era faltante, um buraco moribundo  preenchido por uma casca simpática.

Eu achei um pouco de amor na terapia. Achei um pouco de amor nas amigas de verdade. Achei um pouco de amor em alguns membros da minha família. Achei um pouco de amor nas minhas escritas e nas minhas fotos. Achei um pouco de amor nas minhas viagens e nos textos que eu lia.

Agora, com 23 anos, eu achei muito amor na dúvida e no prazer de não saber para onde ir. Lógico que há confusão e receio, mas há muito amor nas possibilidades. Encontrei um amor maduro que está ficando, encontrei um amor sólido em vocês que ficaram, encontrei um amor nostálgico em tudo que se foi e um amor de esperança para o que virá.

Ando descobrindo que o amor é ridiculamente fácil de encontrar. Eu vejo amor quando minha filha de quatro patas me olha nos olhos, quando eu penso em ser mãe, quando dou uma nova chance a qualquer pessoa, quando dou bom dia e me respondem e quando quem eu amo diz que eu estou bonita.

O amor, eu acho, é só memória e contato imediato. Dá para guardar no bolso e escolher a quem ofertar. Mas precisa escolher direito, pois amor barato dá retorno barato e eu sou valiosa demais para me vender assim.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

This is not something to scream...

Quanta coisa acontece na sua vida durante um mês? 

A chegada, cada vez mais acelerada, do meu TCC, da obtenção do meu diploma e de uma possível - cada vez mais real - mudada de ares, vem me assustado. Sabe quando as coisas parecem acontecer rápido demais? 

Outro dia eu estava apreensiva, escolhendo três direções para uma provinha que mudaria minha vida. Minha pressa adolescente me rendeu vários erros, mas é dos acertos que eu queria falar. 

Além da bugada que esse blog deu em desaparecer com minhas imagens, outras coisas me impediam de escrever, de reciclar meus pensamentos, coisa que fazia com frequência por aqui. Acho que eu nunca tinha passado por uma reflexão tão silenciosa, tão intimista, tão pessoal.

Não é que eu tenha algo para reclamar da vida, aliás, não me sinto justa de fazê-lo. É só que eu estou sentindo de novo aquela coceira de menina de que há algo não ajustado nos meus planos. Pode ser uma crise universitária? Pode, lógico. Inclusive ela está empacando meu TCC há dias. Mas eu não sou como tantas outras colegas paranóicas e falsas idealistas. Minha faculdade não é meu mundo e eu amo isso, pois ali é um inferno.

Estou prestes a me formar, mas o diploma que tem mais me interessado no momento é o da vida. Eu sei que nós capricornianas nascemos velhas demais e só sentimos falta dessa juventude inconsequente na velhice, onde eu acho que residirá em mim uma velhinha muito louca e com um alto poder de envergonhar seus netos. Mas é que... Estou me sentindo muito mais cobrada pelo meu lado adulto ultimamente e isso tem me magoado muito. Ora pois, são apenas 22 anos com a insegurança de uma mulher de 40 e poucos, numa menopausa precoce, sem marido, sem filhos e com muitas celulites para cuidar. Estou anos luz atrás da forma como eu deveria me encarar quando penso no que me tornei.

Me sinto meio gasta, eu não quero ficar para trás. E por mais nova que me digam ser e que ainda há tempo para recuperar seja lá o que esteja parecendo me atropelar, eu me sinto estranha. Parece que, mais do que nunca, estou sendo bombardeada com imagens que eu antes não queria ser, mas agora sinto necessidade. É uma constante subestimação interna, um fantasma oriundo de falácias, coisa que eu antes sabia lidar e hoje me faz recuar alguns bons metros. 

E sabe o que é pior nisso tudo? Eu sei que tenho conteúdo, que não sou uma mondronga, uma largada. Sei que me misturo, que até me destaco às vezes, mas essa insegurança... Essa insegurança é uma merda, pois eu não acho a raiz. Ou melhor, até acho, mas não sei como lidar.

Enquanto vejo outras tantas ligando para tão pouco, brigando por centavos, se expondo para ninguém, trocando as bolas, os valores, eu me perco. Aí eu ligo para pouco, brigo por centavos etc...

Eu não quero ser todo mundo. Eu gosto de ser Isadora. Mas é muito difícil ser eu. Abaixo à superprodução intelecto-realista de uma mente borbulhante. Eu quero uma prainha, pé na areia e nada mais. Para ontem!


quinta-feira, 24 de maio de 2012

Meet me halfway


Nunca haverá, nem na maior das civilizações, relacionamento mais difícil do que o que é construído entre duas pessoas. Lidar com grupos, com comunidades, tudo vira fichinha perto de uma relação a dois.

No quesito playstation, somos heróis. Passamos por fases feito jogo de criança. E a cada fechamento de um ciclo, um vilão para nos enfrentar. 

Enquanto há encantamento, há cegueira qualitativa. Somos alheios aos defeitos. É impressionante como nada, absolutamente nada nos incomoda. E construímos sozinhos, aliados às nossas inseguranças e esperança de ser ele O cara, um pseudo-modelo temporário de futuro. 

A gente abraça aquilo, assume e inicia o caminhar. Como tudo parece se encaixar, a gente segue de mãos dadas olhando para a frente e esquece, claro, de olhar os passos de quem está ao nosso lado. Até o primeiro tropeção. 

A pessoa que nos segue trupica e a gente recua para olhar qual foi o obstáculo. No pior dos casos, vemos naquilo que o barra, aquilo que nos impulsiona ou vice-versa e um cantinho do olho se abre. É janela aberta para a consciência, para o nosso superego faminto por revelações.

Há naquilo o que não queríamos ver, o que estava ali, os rumores, as hipóteses ignoradas. Há naquele momento tudo que estávamos evitando: o medo de ficar sozinha, de voltar para o zero, de começar de novo, de assumir um posicionamento e se arrepender, de comprar briga, de perder.

Temos todos os abraços, a (falta de) desculpa, os beijos... Tudo isso vira paliativo. Funciona por uma noite? E como! O problema é que todo dia, por mais ruim que seja, acaba. E é no amanhecer que mora a revolução. 

Não adianta fugir: quem amanhece, reflete. Quem reflete, revisa. Quem revisa, percebe a falta e questiona. E o problema é questionar, não é responder. É saber perguntar, e quem se afasta de pergunta normalmente não tem boas respostas e isso me assusta.

É uma pena não poder se arrepender por alguém, não poder se transmitir confiança pelo outro que o deveria ter feito, é uma pena, de coração, não poder adivinhar.

E a velha premissa de que bom seria se todos viessem com manual de instrução e histórico de erros cai por terra, sabe por quê? Porque não é assim que funciona e a gente precisa se arriscar.

Não há leitura de mão que derrube o poder de um livre arbítrio. O destino não é engessado e eu posso modificá-lo conforme minhas ações. Eu sou senhora do meu destino, como já diria aquela novela da Globo. Há coisas no nosso trajeto de vida que podemos, graças a Deus, modificar e eu vou atrás delas, pois é onde me afirmo enquanto detentora dos meus atos.

Eu não gosto de me arrepender, eu gosto de trabalho bem feito, bem elaborado, bem finalizado.

Eu quero ser sempre bem resolvida e isso exige muito de mim, pois não há, quase nunca, alguém que compartilhe da mesma vontade, dos mesmos princípios, das mesmas pretensões que eu. Nunca há alguém disposto a nos encontrar no meio do caminho. O que há, na maioria das vezes, é alguém enraizado nos primeiros passos de um relacionamento fracassado, por ambas as partes, esperando que alguém os arranque de um passado traumático, rumo a um desfecho estonteante.

Que cansaço...


quinta-feira, 17 de maio de 2012

Facebook


Passando super rápido, entre uma dor de cabeça e um parágrafo do meu TCC para contar para os isadoristas que agora a gente tem página no Facebook. Oh que chique, menina! Acho digno! 

Quem quiser acessar, curtir, compartilhar, eu vou ficar tão feliz, mas tão feliz, que vou até soltar foguete!

A página é essa:


E quem quiser me seguir no twitter é só acessar:


Boa noite, métodos de pesquisa! Digo, isadoristas!

terça-feira, 8 de maio de 2012

8 e 80



Inicio minha escrita com a mente na posição da foto. Estou ansiosa. Ansiosa pela chuva que se inicia, pelo inverno que se aproxima e pela vida que continua. Não adianta dizer que não dá nervoso, saber que o tempo está passando me deixa inquieta. Perceber o corpo mudando, as verdades do mundo, das pessoas, suas escolhas e o que se foi, incomoda. Incomoda pela rotatividade, pela simplicidade da derrota, do adeus, pela incoerência na permanência de hábitos tão condenáveis, pela persistência de lembranças que já tinham que ter sido digeridas.

É chato olhar para alguém, saber que fez parte de sua vida e não reconhecer mais ali um sentimento. Ou é legal, também. É legal saber o quanto somos recicláveis, pois nos permite a humildade de um copo plástico. É legal ser copo, não quero ser oxigênio de ninguém. Me permito e me obrigo a ser muito substituível, posto que não serei eterna. Quero que haja vida após a minha vida e que eu seja, quem sabe, lembrada, mas não eternizada, pois até eu quero me reciclar e vir de novo.

Quero o luxo de poder recomeçar, pois reconheço que hoje o meu problema não é ser 8 ou 80, minha dificuldade maior é ser 8 E 80. Eu sou um extremo, a junção de pólos que nunca se repelem. Eu sou equação, ilusão e medo. Eu sou a melhor amiga do ontem, a conhecida do hoje e a inimiga do amanhã, pois tenho medo do que não sei e admito. Admito ser covarde quando se trata do que eu não sei. E não quero, jamais, ser julgada pelos meus temores, pois se o ciclo natural da vida é se reerguer, vai demorar mas, eu conquistarei a liberdade das minhas inseguranças.

Se hoje me permito viver algo sem a obrigação de um futuro promissor, eu me agradeço. Me agradeço por estar, lentamente e cada vez mais, complacente, conformada por não saber o que virá e me convencendo, de maneira tortuosa, de que é melhor assim.

Sei que estou em constante reflexão e que muitos acham chato tanta introspecção, tanta reclusão psíquica, mas eu gosto. Gosto porque me enfrento e me percebo, todo dia, numa batalha interminável em ser quem eu devo ser, o que meu corpo me permite, e não o que querem que eu seja ou o que acham que eu tenho que ser. Eu sou Isadora.

Eu espero que aqueles que me acompanham consigam, juntos comigo, se abrigar embaixo do manto da prosperidade e que não importa os mundos que a gente visite, estejamos sempre cobertos de amor e de verdade, pois não há nada vivo que sobreviva a uma mentira bem contada. 

Cada passo que damos com falsidade, é uma oportunidade perdida de receber o bem lá na frente. Universo é roda-gigante. Nunca se sabe, na próxima rodada, quem sentará no seu banco oscilante. Se a companhia não for boa, não há vista estonteante que sustente 10, 15 minutos de permanência. É suicídio social, meu caro. E compartilhado. E coletivo. E definitivo.

Não sei quantas pessoas perdi de ter na minha vida, boas pessoas, por algum vacilo meu. Mas sei de todos aqueles que me perderam por vacilos deles. E não os culpo, nem a mim. É a velha história do "tinha que ser assim".

E, mais uma vez, vou embora da mesma forma que cheguei. Ansiosa, mas tranquilizada. Sem falar nada com nada, mas dizendo tudo. Obrigada pela atenção.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Like a dynamite...

Não há nada melhor que a vida para te colocar no seu lugar, no melhor sentido baiano da expressão. Vocês que acompanham meu blog sabem que aqui é habitat de muitos entraves da minha vida, não é a toa que aqui é isadorismos. A cada texto, uma história. Camuflada, mas uma história. A cada postagem, um personagem, camuflado, mas um personagem. E é tudo sempre muito real; o que falo, o que transmito, o que passo e o que publico - é tudo meu. 

E enquanto blogueira, me dou o luxo de oscilar, pois vida é corda-bamba e não pé no chão. Se tivéssemos controle de nosso destino já seria uma loucura, imagine com outras pessoas nos atravessando? É um tráfego interminável de emoções.

E é por causa dos meus achismos, dos meus isadorismos, que fiquei um tempo reclusa, sem postar. Se dizem que semblante calado denuncia uma mente barulhenta, eu sou carnaval. Após uma temporada árdua de tempestades, veio a minha calmaria e foi quando resolvi deitar à sombra das minhas conquistas que meu mundo sacudiu mais uma vez. É, de novo, aquela velha história de ganhar quando não se pede nada, pois parece ser só assim que se alcança.

E eu estou de volta na loucura de ser Isadora. Amo isso :)

Agora tá rolando ser mais eu. Depois de assumir o descontrole e conseguir caminhar sem as rédeas, retomei. E toda essa reviravolta me fez pensar o quanto podemos estar errados quando pensamos estar extremamente certos e o quanto é legal se aceitar, mas melhor ainda é modificar pontos fracos e se restabelecer.

Há algum tempo vinha batendo o pé em uma verdade que nunca foi minha, mas que eu fiz questão de assumir. Uma verdade que acarretava na leitura de pensamentos, de ações, de olhares de outrem o que, óbvio, não era responsabilidade minha, mas sabe como é capricorniana, né...

Aí a vida puxa o meu tapete e é quando eu penso em reclamar da pancada que ela sorri pra mim. Nunca foi do meu jeito exalar segurança, mas não é que eu levo jeito pra isso? Quem me conhece a fundo sabe das minhas fraquezas e que a carcaça de lobo esconde um cordeiro, mas eu prometi a mim mesma mudar e devo admitir que os resultados aparecem numa velocidade absurda, o que me faz pensar no tempo que perdi me comparando, me diminuindo e me anulando ao lado de opiniões torpes que em nada me ajudavam. Opiniões essas construídas, principalmente, por mim, principal causadora das minhas quedas, pois sem o meu consentimento ninguém me derruba.

É quando a gente concorda com o que nos apontam que assumimos o afeto enviado. Presente negado não entra na nossa casa, volta com o remetente. No fim das contas trata-se de não tomar para si o que os outros querem te convencer a ser. É uma eterna troca, um amigo secreto de vida onde a gente tira no papelzinho quem a gente quer.

De vez em sempre vale a pena esperar, segurar a onda, não mandar a mensagem, não beijar quando houve oportunidade, não ligar naquele dia, ficar offline, desviar o olhar. De vez em nunca vale a pena o impulso, a maluquice do agora, a lenda de só se arrepender do que não for feito. Isso não existe, coisas que fazemos também nos rende muitos arrependimentos, qual o problema em assumir isso?

Eu estou entrando na fase de assumir. Assumir o que penso, o que sinto, o que eu quero. Ser responsável. Ser responsável pelo que fiz, pelo que escolhi, por quem eu escolhi. E isso não significa atravessar a linha de chegada, isso significa começar a maratona.

Eu sei que é difícil. Eu acho muito difícil. Mas a gente pega o jeito...




segunda-feira, 16 de abril de 2012

O mistério do cinema

Resolvi falar sobre algo muito categórico na minha vida, causador de muita polêmica nos últimos dias e idiossincrasia a qual, depois de recuperar minha auto-estima, me orgulho em representar. 

EU SOU UMA MULHER DE CINEMA!


Antes que apareçam os críticos, não estou querendo dizer com isso que sou maravilhosa, estonteante, badalante e absoluta, não. A questão aqui é extremamente diferente e eu vou dividir com vocês.

Depois que a gente termina uma relação, seja lá de quanto tempo tenha sido, a gente passa uns dias de luto no aguardo do grande dia que teremos forças para  recomeçar. O problema é que assim que esse dia chega, entramos na fase do abate. Todas as piscadinhas são motivo de alarde, o sinal liga no mais singelo dos toques e é só perguntar se estamos bem que a gente já está apaixonada. 

Aí a gente entra na fase da desilusão x desespero. A gente fica caidinha pelo cueca que olhou por mais de 3 segundos diretamente nos nossos olhos de ressaca e já acha que é o amor de nossas vidas. Se nos próximos 10 minutos ele não nos oferece um pedido de casamento, vem o desespero. Somos feias, podres, azaradas, ninguém mais vai nos querer, estamos velhas, ultrapassadas, não queremos mais ninguém, é isso aí, piriguetei.

Vou te contar, ô fase miserável. Eu passei por ela e sobrevivi. Com arranhões, mas sobrevivi. O problema é que nessa época de recuperação tardia ficamos em constante discussão com nosso ego. Na mesma hora que queremos, não queremos mais. No fim da noite, queremos novamente. E por aí vai! 

Foi nesses entraves emocionais que me percebi uma mulher de cinema. Não é que não houvesse oferta de procura, mas às vezes parece que os homens têm receio de falar comigo. Novamente, não sou um monumento, mas pareço exalar algum tipo de pedido de distanciamento. Enquanto outras amigas são cortejadas freneticamente e diretamente na minha frente por cuecas sedentos, no meu quintal nada floresce. Aliás, até floresce, mas com muita cautela.

Eu acho massa que me vejam como a delicada, a pra casar, a fofinha, a inteligente, pseudo nerd intocável e engraçada. Mas ser o protótipo - e reforço a etiqueta que eu não assumo, posto que não sou tão porcelana assim - da noivinha é uma MERDA sometimes.

Enquanto outras são a cachaça dos marmanjos, eu sou o cinema. Literalmente, o cinema. Ouvi diversas vezes em um curto espaço de tempo que eu sou aquela para levar para assistir um filme, andar de mãos dadas, enquanto aquela ali... Ah... Aquela ali não, aquela ali é pra tomar uma em sua intenção, agora, ali, bora logo, fui.

Não que eu queira luxúria, muito menos que seja do meu desejo sustentar uma imagem que deveras não é minha, a de periguete assumida. Não anseio ser assim, mas que caralho de inferno de achismo babaca que pressente comportamentos angelicais numa mulher já formada, usada pela vida, vivida e idiossincrásica, impelindo-a a implorar por uma padilha cigana em sua existência cósmica. Não quero ser fruto de um sonho unicorniano, pois santas não alcançam nada.

Depois de muita luta interna e várias consultas ao meu Oráculo pessoal, já aceito melhor meu lugar na lista de tipos de mulher, mas não quero me arrepender, portanto não me julgue. Sim, eu sou uma mulherzinha, não ataco homens e nem lanço olhares fulminantes, mas eu sou muito agradável e no meu reino de bondade e magia sempre há espaço para a adição de alguém que precise de compreensão, posto que esse mundo, cruel e injusto, sempre incitará nos homens um poder de cegueira sentimental ao qual eles partilham sem escolha e eu conheço bem isso, afinal, estou estudando para tratar, digo, lidar com isso. Eu sei que alguns prestam, alguns muitos, inclusive. Tenho conhecido ótimos exemplares! O arsenal está interessante e o cinema está lotando... de amigos, claro.

Não é porque meu sorriso não é sensual e o meu olhar é desajeitado que eu sou uma tapada. Pode chegar, meu caro. Eu não mordo, não. 

Portanto, juntai-vos as mal interpretadas, as iguais, as que compartilham do ideal distante de mulher mimimi, as mulheres de cinema! Nós não somos tão mornas assim... Afinal, muita coisa acontece no escurinho do cinema. 

É OU NÃO É, CASEMIRO??? 


quinta-feira, 12 de abril de 2012

Keep walking, Johnnie.


De vez em quando a gente se bate, ao decorrer dos nossos dias, com situações pequenas que modificam toda uma rota. É em uma situação aparentemente repentina que suas intenções mudam de rumo, que a cabeça revira, que o coração volta a bater. 
De fato, é sempre quando não se procura, que se acha. O problema é achar algo que não queria ser achado, pelo menos não por você. Aí a coincidência vira obrigação. Quando a gente acha o que não estava procurando e essa coisa se encaixa, a gente quer que essa coisa também encontre a gente. Pena que quase sempre não é assim ou ainda bem.
Das muitas vezes que quebrei a cara com as minhas escolhas, em quase todas, eu achei algo que não procurava ao mesmo tempo em que fui achada. Resultado? Dois impulsos gerando um fracasso premeditado. 
Depois de um tempo, reparei que é muito mais legal quando você acha primeiro e consegue conquistar na calma da perseverança. É quando eu desisto que normalmente a magia acontece. Engraçado isso, não é?
Esse texto de hoje nasceu de três frases que eu achei por aí e que me deram um flash de nostalgia.

"Afinidade não se explica, amizade não se força, confiança não se obriga e sentimento não se controla."

Não é assim que começa? Quando estamos distraídos, a afinidade se instala de mansinho. Não há explicação, pois não há maneira mais retórica de se entender a afinidade senão sentindo. E aí surge a sensação de amizade. Aquela coisa de querer ficar por perto, de achar tudo engraçado, de prestar atenção, de concordar, de acompanhar. Depois a gente confia. Quando a gente confia a gente dá o primeiro passo para a lucidez. É aí que a gente se pega confiando em quem quase não conhecemos, sem nem entender o que é essa confiança. A gente simplesmente sente que confia, que PODE confiar, até o sentimento aparecer. E, de fato, sentimento não se controla e essa frase não precisa de explicação.

"Os que desprezam os pequenos acontecimentos nunca farão grandes descobertas. Pequenos momentos mudam grandes rotas."

Talvez essa seja uma das fases mais torturantes de uma conquista. A gente espera que aquela pessoa entenda nosso olhar, que leia nosso corpo, que capte o que transmitimos para ela e leia nosso pensamento quando direcionamos o que sentimos. A gente sempre espera demais. Eu, particularmente, até tento, mas sempre em vão. Pois ou eu pareço uma idiota ou eu passo longe de demonstrar. É difícil controlar quando queremos demais sem saber o motivo, pois não há álibi e parece que para o outro entender sempre precisará haver provas. Eu não quero provar nada, só estou aqui. E o quão especial seria se nesses pequenos momentos de coragem o alvo decidisse mudar nossa rota...

"É engraçado a força que as coisas parecem ter quando elas precisam acontecer..."

Aí pronto. No encontro do nada com coisa nenhuma, a gente desanima e abaixa a guarda. É a receita perfeita! Quando você vira de costas, sente um sopro do destino na nuca indicando que só agora você está pronto para, quem sabe, receber um aviso, viver alguma coisa, experimentar. O sentimento de frustração que eu sinto, que você sente, quando não acontece na hora que eu queria e do jeito que eu queria, parece sempre me remeter àquela sensação de quando queremos o que achamos que precisamos. O problema é que a gente sempre acha demais. 

Eu parei de achar e, vou te dizer, encontraram o caminho das pedras. Tem gente me achando por aí justamente quando eu parei de procurar. Sábio Johnnie...

Boa semana ;)

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Então...


Coloca um rock aí, por favor, que eu acordei virada. 
Hoje eu estou mimada e, como aprendi na terapia que eu preciso me desfazer imediatamente  do que me incomoda ao invés de deixá-lo em banho maria ao meu lado me torturando, preferi vir aqui ao invés de alimentar uma úlcera dentro de mim.
Já li diversos textos sobre publicações, blogs, sites e a opinião é sempre unânime. Uma coisa quando faz sucesso gera polêmica. O café com leite o tempo inteiro impele o autor a pensar que suas produções não atingem muita gente, já que muita gente significa muita opinião e muita opinião significa divergência. 
Por algum motivo imbecil e de carapuça, óbvio, a minha publicação anterior não agradou um certo anônimo, aliás, me arrisco a dizer... Anônima. E olha como eu sou legal: EU PUBLIQUEI a opinião dela(e), pois aqui não há problema com isso. Sempre aceitarei críticas INTERESSANTES sobre o que escrevo aqui, inclusive tem várias publicadas. 
Vou perdoá-la por alguns motivos. Pelo tom me parece que ficou magoada, não resisto a pensar que o fruto da mensagem é feminino. E aí eu deixo para vocês a criatividade de tecer especulações do motivo por ela ter se chateado tanto com o que eu disse, já que a mesma alega que eu não posso falar por todas. Como na minha vida eu sempre achei que a carapuça é vendida nas melhores lojas em tamanho único, a prova da peça é voluntária, experimenta quem quer. Outra coisa, quem me acompanha já conhece o teor das minhas publicações, meu tom, minha ousadia e minha generalização sobre qualquer tema que eu venha a comentar, já que o blog é meu, o jeito é meu e eu falo como eu quiser. 
Outra coisa... Por que diabos ela está por aqui se eu pareço irritar tanto ela? 
Será que ela, inconscientemente, saiu em defesa de algum bofe magia que não deve nem olhar na cara dela, protegido pelo fantasma da timidez que, na cabecinha dela, é a única justificativa plausível para ele nunca ter dado uma chance para ela? 
E sabe o que é mais legal? Esse "anônimo" me deu uma coçadinha de incômodo por ter sido logo na postagem que mais me rendeu feedback nas redes sociais. Pessoas que eu nunca imaginaria lendo meu blog me parabenizaram pelo conteúdo e afirmaram adorar passar um tempo se perdendo entre meus textos. Porra, que massa heim? Eu ontem fiquei MUITO feliz! E eu sei que tem muita gente que me lê que é inteligente, que saca as coisas e é antenado, que não precisa concordar com tudo, e sabe que isso nunca foi ponto principal das minhas leituras, para ter entretenimento virtual. É só ler e relaxar, bruaca.
Eu queria saber qualé de merma dos anônimos. Minha cara está exposta para julgamentos. Então... O que impede de quem se vale dizendo o que bem quer expor a sua lataria acoplada a sua própria opinião? Meu culhão para vocês. Gosto de dar nome aos bois assim como vocês sabem o meu nome.

Posso continuar falando como eu quero? Do jeito que eu gosto? Da forma que me rendeu em menos de um ano quase 20.000 acessos? 
Desculpe a arrogância, mas quem sabe disso aqui sou eu e o que eu faço dá certo. 

Tchau, vou dançar pagode.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Dá pra acreditar?

Um dia desses aí eu ouvi de um moçoilo que, no conforto de sua posição de macho dominante, as fêmeas precisam ir até seu trono caso tenham fortes interesses sentimentais no mesmo, visto que o rei da selva seria, hum... Digamos, tímido, palavras do mesmo. A minha cara foi na poeira.

Segundo o cara, não adianta esperar pela sua ação. A calcinha pode molhar, o olho piscar, o beiço formar um biquinho, que ele não vai. Dizendo ele que precisa estar muito, muito, mas muito afim, quase louco, para ir até a cinderela, caso contrário ficará na vontade, a menos que a gata borralheira, nesse caso, vá até o seu território e se declare clara e diretamente, pois ele corre o risco de NÃO ENTENDER o recado. OI? Morri. E é macaco velho, viu?

Aí eu, capciosamente, precisei parar em segundos valiosos de subjetividade silenciosa e analisar a figura por precaução. Se descrevê-lo é revelá-lo, deixarei os detalhes para as amigas que, a essa altura do campeonato, já sabem muito bem de quem eu estou falando.

Como o ambiente propiciava a observação, eu juro que não liguei uma coisa a outra. O perfil do rapaz não parece condizer em nada com a revelação e, digo mais, não foi o primeiro a adotar essa postura e receio que não será o último.

Aí penso eu, com todas as leoas beta carotenas intercontinentais e semelhantes dessa via láctea femininamente masculina ao meu lado neste momento: mas que diabos de putaria está surgindo nesse mundo cuecal moderno?

Quer dizer que os caras agora, munidos de sua insegurança peculiar, preferem adotar uma postura medíocre de distância daquela mulher que os encanta, ou assusta, como quiserem, para não correrem o risco de receberem um belo de um não?

Mal sabe esses bundões - não há outro nome - que o velho ditado continua em voga. Quem não arrisca, continua a não petiscar, muito menos a conseguir alguma coisa com uma mulher massa. Às vezes, ou em sua maioria, arriscar um chega-mais é tiro certo para, pelo menos, uma gracinha e um diferencial. Não é, claro, garantia de companhia, mas é de, pelo menos, um adicionada no  Face que, convenhamos, em tempos virais de internet, já é meio caminho andado.

Aí eu olho para o homem detentor dessa postura em seu habitat natural e penso "veja só que nigrinha" e fico em dúvida. Não sei nem se vale mais a pena, mas a "lataria" ajuda a persistir. 

Só sei que se assegurar na aparência pode até, momentaneamente, segurar alguma mulher, mas é dito e certo que seu caminho ficará nublado se alguém, até menos bonito que você, mas muito mais interessante e CORAJOSO, aparecer no vale das flores. 

DE NADA ADIANTA atravessar olhares na balada, lá de longe, se de perto você mumifica. Mulher gosta, sim, de toque. E esse é um ótimo termômetro, além de um ótimo indicador, de que você, tímido-frescurite, está afim, mas não consegue demonstrar. Mas não toque uma vez, inferno. Faça um carinho de tempos em tempos, ela vai entender. E quando você perceber que ela entendeu, na moral, se mexa. 

Depois da conquista, nada de idiotice. Mensagem melosa na mesma noite NEM PENSAR, é morte na certa. Os índices de interesse das mulheres costumam baixar bastante na primeira semana se o novo paquera a trata feito rainha. Não há feminismo que me faça avançar nessa teoria. Nossos hormônios são machistas e não gostamos de tratamento de princesa no início do flerte. Mas ache a medida, se esfriar demais perde do mesmo jeito.

E vocês tímidos, esse traço de personalidade está passadíssimo. Mulheres não gostam de tímidos, só dos falsos-tímidos. Aqueles que trocam um olhar firme no meio da batida, sorri de canto, troca um carinho rápido, não perde o posto pra ninguém na atenção e sustenta uma amizade inicial com vestígios de frete safado. 

AS MINA PIRA.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Who's gonna save the world tonight?


Eu queria muito dividir isso com você que me lê, seja você quem for. 
O ano que passou, 2011, foi um dos mais fortes da minha vida. Engraçado que quando eu tinha uns 16 anos, eu li em um desses sites de cartomante que com 21 anos eu passaria por um momento de forte impacto emocional na minha vida. Dito e certo, fiquei impressionada.
Eu lutei feito um touro e me orgulho em dizer que eu soube cair, mas também soube continuar.

Em 2012, quem vai reinar, na minha vida, sou eu. Eu sei que não devemos gritar alto a felicidade, pois tristeza tem sono leve, mas adianto que nada aconteceu. Mas eu sinto, de verdade, que vai. E até o nada de ruim acontecer, já é algo de bom que acontece.

Eu sinto o gás, a energia, a positividade. A fonte, esse ano, sou eu. E estou muito feliz, diga-se de passagem. Sinto, e tive a confirmação, que tomei todas as decisões da maneira certa. Que todas as pedras que ficaram no caminho, fizeram por merecer e que todo mundo que seguiu comigo, tinha que permanecer.

Eu estou realizada, me formo esse ano, tenho um jardim de diamantes ao meu redor e estou satisfeita comigo. Eu me amo muito, gente, vocês não têm noção. Eu sou alegria pura! Sou otimismo, companheirismo, diversão genuína, bondade, sou mesmo, sem hipocrisia.

Sou abençoada, pois Deus mandou para a minha vida uma legião de anjos muito especiais. Quando eu digo que só há os melhores na minha vida, ninguém acredita. Eu sou iluminada, eu sei disso! E agradeço sempre por tudo que minha vida e meu campo espiritual me concede, eu sei que mereço!

E acho que isso se deve muito ao fato de eu ter aprendido, aos poucos, a aceitar minha vida do jeito que ela aconteceu. Hoje eu tenho muito mais amor aplicado às minhas coisas, em todos os aspectos da minha vivência. Eu quero mais é denguinho e coisa boa!

Quem compartilhar desses ideais, pode se juntar! Eu quero é mais, muito mais!



sábado, 14 de janeiro de 2012

Sometimes it hurts...


São muitos anos. São várias tentativas, diversos amores e promessas sempre muito parecidas. O amor, tão calejado, vira eterno quase sempre. Ninguém sabe, ou melhor, sabe, mas finge que não sabe que a gente sempre se regenera. Que não adianta dizer que nunca mais seremos amadas dessa forma, que nunca mais encontraremos alguém que nos complete tanto ou que se dedique tanto. A gente sempre encontra, essa é a verdade. O problema raíz é a fraqueza. A gente sempre pensa que não encontra, mesmo já tendo encontrado tantas outras vezes.
Às vezes fico pensando em como pode ser cruel um relacionamento que, durando o tempo que for, acabe em egoísmo. A tentativa sempre avassaladora de prender aquela pessoa aos nossos sonhos sem sequer cogitar se esses também são os sonhos dela.
E aí a gente se prende a velhos hábitos, se acorrenta às nossas vontades solitárias de termos companhia como se nós mesmos nunca nos bastássemos. Que correria! Meu Deus, que desespero. Isadora, que maluquice.
Eu sou uma das vítimas dessa ideia disseminada de que nunca será possível ser feliz sozinho. É uma pena, pretendo me libertar. Amor acaba sim. E é possível amar diversas vezes na vida e que bênção isso, não é? E isso não significa que eu não queira ninguém, mas que, quando eu tiver, eu não estabeleça uma relação de dependência que me mantenha namorando com algo parecido com o oxigênio, ao qual na distância me sufoque e eu não sobreviva sem. 


É poético, mas não é amor. Eu quero mais realidade.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Dois patinhos na lagoa.

Ai, ai... É verdade. Até aniversário eu estou comemorando com vocês já! Estou tão feliz por termos conseguido chegar até hoje e por virar o ano no isadorismos! Muito feliz mesmo!

Muita gente que me acessa não deve saber que hoje, eu, capricorniana, assoprei 22 velinhas às 14h38. É bem verdade que o assopro foi fictício, pois não suporto cantar parabéns e só fiz partir o bolo mesmo.

Eu pensei em muita coisa para escrever, mas resolvi que não há muito o que falar. Sou eu ficando mais velha, sem muitas reflexões, papo cabeça ou conselhos para dar. No fim do dia, na minha cama, deitada com o peso do meu corpo sobre a minha intenção de crescer, vou trocar uma ideia com minha retrospectiva e balancear minhas escolhas, separando o que fica em 2011 e o que entra em 2012. 

E olhe bem... Não há segredo ou sensações estranhas. Ainda me sinto com 21, ou melhor, não me sinto com idade alguma, pois o corpo já não é o mesmo, em contradição com velhos hábitos que continuam intactos, em relação com a cabeça que não sabe nunca o que quer. Não sei onde habita minha idade. Tenho várias! Acho que hoje tenho uns 38 anos. É assim que me sinto.

Só quero que Deus me dê coragem para enfrentar e assumir minhas vontades. Que eu não sucumba no medo de me transformar, que eu ature melhor os defeitos dos outros e os meus também, que eu assuma a linha de frente dos meus sonhos e que eu perca o receio de deixar algumas coisas irem e outras tantas voltarem ou chegarem. Quero ser, cada vez mais, como eu quero!

Um feliz 2012, muito amor, serenidade, coragem e perseverança. 

Cheirinho :*




sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz Natal!

Esse post é muito especial para mim. Já são mais de 9 meses escrevendo por aqui. É quase um filho recém-nascido que me dá muito carinho quando eu preciso e serve de ombro amigo quando eu preciso ainda mais. 

Já são mais de 11.000 visitas e muitos posts escritos com cuidado e zelo para só vir coisa boa para quem me dá um pouquinho de atenção nesse cantinho que é só nosso.

Quem acompanha desde o início sabe que esse blog nasceu depois da tragédia de Realengo, em meio a tanta falta de amor, de compreensão e de suporte. Eu quis, de algum modo, propiciar uma válvula de escape, um blog diferente, de linguagem leve e que fizesse rir. Espero ter conseguido!

Eu, Isadora, desejo a você que estão me lendo agora um Natal em família. E família, para mim, tem diversas formações. Escolha a sua e seja feliz hoje. Desligue celular, computador e ligue a mente ao seu redor. Seja você, seja sincero, puro, seja bom para o seu coração e corpo.

Não esqueça que nós somos os nossos melhores amigos e que se não conseguirmos nos bastar há algo errado. É sempre bom ter pessoas ao redor, mas ficar sozinho não pode te incomodar, pois você estará com aquele que te acompanhará até o último minuto. Por isso, se reúna, mas lembre-se de você ao longo da noite. 

Reveja suas escolhas, repense suas atitudes. Está tudo bem? Há algo para ser dito? Sente falta daquilo? Quer falar? Essa é a hora. Aproveite antes que o relógio acelerado da vida real te engula e faça com que você não veja passar momentos tão importantes de reflexão como esse.

Um Feliz Natal para vocês, isadoristas, que continuem comigo nos próximos dias, meses, anos! Vamos ficar juntos, pois, assim, somos melhores. E vamos ficar sós, também, pois somos muito fortes!

Aos meus amigos mais queridos, amo vocês e estarei com todos aqui dentro. Uma noite linda para suas famílias, denguinho, denguinho, denguinho!! 

Hoje eu estarei muito feliz, mais do que estou agora! Estou muito agradecida por tudo! Pela vida que tenho, por aqueles que a cruzam. Eu sou abençoada que eu sei! Minha aura brilha e meu coração é de ouro! Eu posso e sou tudo aquilo que me permito. Sou grande Naquele que me fortalece!

Uma noite cheia de luz e bênção! Muito amor, celebração, Jesus Cristo, compaixão e proximidade! 

Um cheiro!  

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Assim assado.

Sabe aquele dia em que o céu, mesmo azul, parece cinza? Aquele dia que você não aceita o que há, o que houve, muito menos o que haverá? Que você está meio assim assado? É justamente nesse dia que os outros também não te aceitam e tudo vira uma bagunça.

São esses dias que criam nossas inseguranças. São eles, também, que criam nossos medos. E é neles, normalmente, que fraquejamos e desistimos de sermos nós. Aí choramos, né? A gente sempre chora muito. E a gente sabe por que está chorando? Quase nunca. Ou até sabe, mas sempre fica a sensação de não ser só isso. 

Para mim, nesses dias, nesse choro, nessa falha é que conseguimos desmistificar nossa armadura. Na tentativa pífia, irracional de nos protegermos o tempo inteiro dos outros e de nós mesmos, nessa hora o motor desliga, o zíper se abre e saímos do nosso corpo de costas, deixando só a carcaça e o fim.

É assim que a realidade cruel do sentimentos mais mundanos nos quer ver. Fracas e desmerecidas. Fracas por achar que não aguentamos mais uma porrada. Desmerecidas por achar que não faríamos nada melhor que o outro, que esse corpo, nosso caráter construído, nosso jeito, nosso amor, apesar de não nos deixar mentir, não nos protege mais.

É no pior momento de todos, quando não há forças nem para abrir os olhos que precisamos respirar mais uma vez. Não há problema em chorar, em fraquejar ou desistir. Pelo menos não deveria haver. O problema é não conseguir seguir em frente. O problema é desistir de você.

Que seja sempre bem-vindo o seu bem-estar, a sua graça, sua respiração fácil e a sua cabeça leve. Que tudo seja sempre feito com muito amor e verdade. Que você respeite seu tempo e seu limite. Que dê ouvidos ao seu coração quando ele te pedir para desacelerar. Que dê ouvidos aos seus pensamentos quando eles pedirem para você reconhecer. Que dê razão ao seu corpo quando ele pedir para parar.

Independente da religião, vamos lembrar das palavras de Chico Xavier. No momento da queda, lembre-se que isso também passará, assim como a sua felicidade de ontem passou e que tudo é passageiro para aprendermos a ter equilíbrio. 


Eu desejo para vocês, no meu momento de fraqueza, inspiração para recomeçar e força para entender que eu sou o melhor para mim e que não há erros na minha criação. Que eu sempre evolua para o bem e que encontre, no meu caminho, gente disposta a suportar meus tropeções e respeitar o meu silêncio.

Eu desejo para mim mais credibilidade. Que o meu amor por mim seja sempre genuíno, que não haja ninguém pisando em mim, que os de baixo sejam sempre guardiões, os dos lados campeões, os de trás propulsores e os da frente invisíveis, pois o caminho é meu e a responsabilidade também.

Uma boa semana para vocês e muita calma no coração :) 


domingo, 11 de dezembro de 2011

Minha religião e a diversidade

Essa eu faço questão de compartilhar com vocês.

Ontem eu recebi um convite de luz para ir no 6º encontro das religiões na Fundação Lar Harmonia, centro espírito pelo qual dedico muito apreço.

Nunca tinha ido a nenhum e tinha lá meus receios, pois questionava a possibilidade de se reunir líderes de religiões tão diferentes e, muitas vezes, tão contraditórias, que carregam no seu histórico batalhas travadas pela ignorância onde, tantas vezes, vimos uns contra os outros.

A mesa era composta por sete religiões: Budismo, com a monja Genpô Jishô; Catolicismo, com Dom Samuel Araújo; Candomblé, com Mãe Jaciara; Espiritismo, com Adenáuer Novaes; Islamismo, com o Sheik Ahmad; Judaísmo, com Ariel Gomes; e Protestantismo, com Adauto Magalhães.

O tema era MINHA RELIGÃO E A DIVERSIDADE, onde os representantes teriam 15 minutos para falar na visão de sua religião a questão da diversidade.  Infelizmente, a monja Genpô Jishô não conseguiu chegar a tempo.

Minha noite foi surpreendente e iluminada. Me sinto abençoada por ter ganhado a noite do meu sábado em um ambiente de tanta benção e amor. Faço questão de compartilhar com vocês muitos pensamentos e palavras que foram proferidas ontem e faço questão, também, de enfatizar que não se trata de religião, muito menos de uma apologia ao Espiritismo, religião que rege a minha vida. Havia espaço para todos e falávamos de amor ao próximo, de aceitação e comunhão.

Lembro-me da finalização de Adauto Magalhães onde ele trouxe uma reflexão linda sobre a diversidade. É imprescindível que nos coloquemos em situação igual a todo e qualquer irmão, já que somos filhos de um Pai em comum e Ele não faz distinção. Dinheiro nunca foi e nem nunca será privilégio que tem como utilidade destacar homens e colocá-los acima dos outros em grau de importância para Deus. Não há dinheiro que compre a paz de espírito. Enquanto desencarnados, quando retornarmos ao pó, não há quem separe o pó do pobre do pó do rico. 

O representante do Judaísmo nos lembrou o nível de integração que habita entre as religiões. E que diante de tanto egoísmo e segregação, todas possuem pontos convergentes e que devemos nos preocupar em celebrar a semelhança e não guerrear pelas diferenças, muito menos ressaltá-las em prol do mal. Estávamos unidos, pois éramos diferentes. É a diferença que completa, que engrandece.

O Sheik, engraçadíssimo, com seu sotaque nigeriano, nos relembrou a qualidade do nosso povo. Ressaltou o poder de acolhimento que temos enquanto brasileiros e que bom se fôssemos todos brasileiros ou todos nigerianos, mas há americanos, europeus, argentinos e é por isso que devemos aprender a viver com todos os irmãos, aceitando-os do jeito que foram feitos, pois Deus não erra nunca e há um motivo muito maior do que nós por trás de tantos diferentes. Nada é a toa. Nada é coincidência.

Dom Samuel, mais reservado, leu um texto sobre seu pensamento enquanto diversidade no catolicismo. Me lembrou muito nossas semelhanças, em qualquer religião, de cultuar um Deus que é primordial, que é incontestável, que é guia, que é amor.

Adenáuer, apesar de ser suspeita para falar, comentou sobre as cinco palavras que vêm a sua mente quando houve a palavra diversidade. Para ele, os sinônimos perfeitos são: Alteridade (só somos alguém diante de um outro), Igualdade (somos iguais, pois somos diferentes), Hinduísmo (que, para Adenáuer, é a religião mais linda que existe. Prega o valor da alma universal), Amor (ame o próximo, mesmo que lhe pareça diferente) e Brasil (há lugar com maior diversidade?). E fez a brincadeira, no fim, de juntarmos as letras, formando a palavra BAHIA, berço da diversidade no nosso país.

Por último, mas não menos importante (MESMO!), tivemos o discurso de Mãe Jaciara, que emocionou boa parte do auditório, inclusive eu. Yalorixá, ela defendeu sua religião com unhas e dentes e, para mim, foi o discurso mais munido de verdade e de coração da noite. Ouvimos os preconceitos a que ela é exposta, os absurdos profanados por ignorantes de religiões diversas e experiências que já passou por ser do Candomblé. Ela é filha de uma Mãe de Santo que há pouco tempo teve seu terreiro invadido por Crentes que a agrediram na cabeça com uma Bíblia na justificativa que iriam exorcizá-la em nome de Deus. Mas que Deus é esse a que eles se referem? Foi muito doloroso saber dos desrespeitos escrachados os quais ela é vítima. Contou de uma vez que foi internada e foi obrigada a tirar suas contas e seu turbante para só assim receber o soro, pois iria se converter ali, naquela hora, em nome de Jesus, segundo a enfermeira. Blasfêmia de hereges que se escondem no manto divino de religiões belíssimas para profanar absurdos em nome de Deus. Para mim, o Deus bom, o Deus Pai, não difere nem se desfaz dos seus filhos.

Ontem, eu alcancei mais um degrau na evolução espiritual que eu tanto almejo. Foi uma noite linda, de muito amor e de muita verdade. Gostaria tanto que todos aqueles que eu amo e todos aqueles que já me causaram dor estivessem ali, sentados, ouvindo o que eu ouvi e se arrependendo de tantas coisas como eu me arrependi e revi na minha vida. 

Espero que mais gente possa ir no próximo, pois crescimento espiritual vai além de qualquer religião e molda nosso caráter para um futuro promissor.


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