domingo, 10 de abril de 2011

Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia...

Ontem aconteceu alguma coisa. Alguma coisa que eu nunca havia experimentado. Estou ouvindo Yann Tiersen para esta postagem e o clima é mesmo esse, o de Amelie Poulain.
De repente me vejo. Me descobri aos 21 anos um paradoxo do que eu pensava, aos 15, sobre quem seria a Isadora de hoje. Em meios a "Isa, tenho alguém pra te apresentar", "Fulaninho é a sua cara", me senti em liquidação. Eu, que sempre fui de namorar, estou há 1 ano sem ninguém pra chamar de "meu". É clichê, eu sei, mas essa sou eu. Um clichê irremediável e, pior, um clichê solista.
Fui para um show em que a promessa era de tocar apenas músicas de 1990, todas de forró. Me animei! Não sou de shows, mas a proposta era boa e eu me aventurei. Foi engraçado, sim. A companhia era de qualidade. Porém, estava sozinha. Era engraçado olhar para as pessoas e falar "Esse me lembra aquele meu ex" "Esse me lembra aquele OUTRO ex". Esse "ex" me lembra muito minhas tiradas acadêmicas quando dou ex(emplos) sobre algum assunto. E não é que o ex vira exemplo para tudo mesmo? Exemplo para o que nunca mais fazer, para o que nunca mais esquecer, para se arrepender e para voltar atrás.
A minha época de voltar atrás já passou. Quero caminhar em direção ao futuro, mas não quero estar sozinha.
Os caras que se aproximaram eram quase sempre previsíveis. As mesmas histórias, os mesmos pedidos de casamento, os mesmos elogios. Sempre que saio, viro a mulher da vida de alguém, a mais bonita da festa, um tsunami de simpatia. É, vocês também, né, meninas? Que preguiça disso...
Ontem, ao me mover de um canto para o outro, um desses estranhos me disse " Você veio pra cá... Por quê não me chamou? Me senti sozinho lá sem você."
Oi?
(...)

Aos 21, estar sozinha não é mais desespero, ainda que cause saudade. Pode até dar medo, ansiedade, mas não é mais desespero. Desespero é aceitar o galanteio desses homens, tão desesperados (sim, isso é desespero) só para não passar a noite sozinha. Fiquei muitas vezes out, ouvindo músicas que não me remetiam a nada. Ou a quase nada. Ou a um tudo que eu não queria mexer.

O grande lance é que a gente se dá conta que estar consigo mesmo é uma opção de coragem. Bancar a antipática para os outros quase sempre é bancar a resolvida pra si mesmo. Agora eu sei que posso ser seletiva. E devo. A educação vai imperar. Dancei com alguns, pois, hoje, eu sei que não há nada demais nisso. Não significa assinar um acordo nupcial, por mais que eles ainda pensem que aceitar uma dança = aceitar um beijo.

Não, não é. E eu não ligo. Aliás, nem meu telefone eu dou.

Eu não sou a Isadora que, aos 15, eu queria ser. Ainda bem!

Um comentário:

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